segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Agradecemos


Agradecemos, porque se hoje não aprendemos muito
Ao menos aprendemos um pouco, e se não aprendemos um pouco,
Ao menos não adoecemos, e se adoecemos
Ao menos não morremos, portanto agradecemos.

Francesc Miralles

Ausência de Palavras


“Nenhuma palavra dói mais do que a ausência de palavras. Você não é tolo e sabe muito bem disso. Você me impunha um silêncio devastador. Sumia, não dava notícias, fazia de propósito, queria me ver chegar perto da morte, paralisada, sem forças. Eu esperava o telefone tocar, ele não tocava. (…) Esperava o apito do meu computador avisando a chegada de um novo e-mail, ele não apitava. Esperava uma carta, um sinal de fumaça, uma mensagem no celular, esperava que você aparecesse e trouxesse consigo alguma palavra. Esperava e esperava e esperava. E você não vinha. Você me deixava a sós com esse silêncio que dói mais do que um grito arranhado, do que um corte profundo na carne, que dói mais do que a palavra dor”.

A chave da casa, Tatiana Salem Levy

Movimento BBB: Basta, Big Brother Brasil! (Luiz Fernando Veríssimo)

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais.

O BBB 11 é a realidade em busca do IBOPE.. Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 11. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados.

Heróis são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia. Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns). Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor,
ética, trabalho e moral. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o
comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani, da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos
brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... ,visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Convite

Eu te direi minha verdade e ouvirei a tua.
Aceitarei tua realidade!
Farei de tua palavra, minha palavra.
Do teu canto o meu canto.
Da tua lágrima, minha lágrima.
Do teu sorriso, meu sorriso!

Vem, vamos, partamos.
Esqueçamos essa gente amarga
E sua vã filosofia.
Os homens ruins,
Aqueles que profissionalizam tudo,
Inclusive o amor!
Vamos ganhar o tempo em busca
De novos horizontes...

Vamos conversar com os pássaros,
Cultivar as flores, admirar as estrelas...
Amar ao verde dos campos, ao azul do céu...
E curtir essa tarde fogosa que dança no espaço.
Vamos crescer na pureza dessa noite criança,
Que não tarda a chegar;
E renascer com o sol da manhã
Que por certo virá!

Vamos construir um tempo novo,
Uma existência nossa!
E amanhã, quando o peso dos anos
Marcar os nossos cabelos,
Enrouquecer nossa voz...
Eu te direi (com a mesma emoção de hoje),
Te amo!

Wind (Akeboshi)

Cultivate your hunger, before you idealize
Motivate your Anger, to make them all realize
Climbing the mountain, never coming down
Break into the contents, never falling down

My knee is still shaking like I was twelve
Sneakin' out the classroom, by the back door
A man railed at me twice, though
But I didn't care
Waiting is wasting, for people like me

Don't try to look so wise,
Don't cry 'cos your so right
Don't dry with fakes or fears
'Cos you will hate yourself in the end

Don't try to look so wise,
Don't cry 'cos your so right
Don't dry with fakes or fears,
'Cos you will hate yourself in the end

You say dreams are dreams
I ain't gonna play the fool anymore
You say, 'cos I still got my soul
Take your time baby
Your blood needs slowin' down
Breach your soul to reach yourself before you gloom
Reflection of fear make shadows of nothing
Shadows of nothing
You still are blind if you see a winding road
'Cos there's always a straight way to the point you see

Don't try to look so wise
Don't cry, 'cos your so right
Don't dry with fakes or fears
'Cos you will hate yourself in the end

Don't try to look so wise
Don't cry 'cos your so right
Don't dry with fakes or fears
'Cos you will hate yourself in the end

Don't try to look so wise
Don't cry 'cos your so right
Don't dry with fakes or fears
'Cos you will hate yourself in the end

'Cos you will hate yourself in the end
'Cos you will hate yourself in the end
'Cos you will hate yourself in the end


More lyrics: http://www.lyricsmode.com/lyrics/a/akeboshi/#share
 

350 mil horas

Enquanto colocava sobre a solitária mesa da sala de jantar uma garrafa pequena de champanhe e 12 uvas, eu pensava nas horas. Havia lido em um livro que as baterias da vida humana se esgotam ao cabo de 650 mil horas.

Pelo histórico médico dos homens da minha família, calculei que minha expectativa de horas era um pouco menor do que a média: umas 600 mil, no máximo. Aos 37 anos, era provável que estivesse na metade do percurso. A questão era: quantos milhares de horas eu já desperdiçara?

Amor em minúscula, livro escrito pelo espanhol Francesc Miralles e publicado pela Editora Record.