segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Visão a longo prazo


Será? xD

Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (casinha de Sapê)

Não estou disposto
A esquecer seu rosto de vez
E acho que é tão normal
Dizem que sou louco
Por eu ter um gosto assim
Gostar de quem não gosta de mim
Jogue tuas mãos para o céu
E agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você
Na rua, na chuva, na fazenda
Ou numa casinha de sapê

Composição: Hyldon

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Azul da Cor do Mar

Ah!
Se o mundo inteiro
Me pudesse ouvir
Tenho muito prá contar
Dizer que aprendi...

E na vida a gente
Tem que entender
Que um nasce prá sofrer
Enquanto o outro ri..

Mas quem sofre
Sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver...

Ver na vida algum motivo
Prá sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar...
 
Há pessoas que nos falam
e nem as escutamos,

Há pessoas que nos ferem
e nem cicatrizes deixam,

Mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A day made of glass

Amizade


Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê! Dei-me conta, com uma intensidade incomum, da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não temos um amigo com quem compartilhá-las. Acho mesmo que tudo o que fazemos na vida pode se resumir nisto: a busca de um amigo, uma luta contra a solidão...

...

Amiga é aquela pessoa em cuja companhia não é preciso falar. Você tem aqui um teste para saber quantos amigos você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é sua amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer, jogar ou transar. Até que tudo isso pode acontecer. Mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminando o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio - que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade.

Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria, independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.

Diante do amigo, sabemos que não estamos sós. E alegria maior não pode existir.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Velha Infância

Você é assim:
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo,
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito.

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você.
Meu riso é tão feliz contigo.
O meu melhor amigo é o meu amor.

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança.
A gente brincaNa nossa velha infância.

Seus olhos, meu clarão,
Me guiam dentro da escuridão.
Seus pés me abrem o caminho;
Eu sigo e nunca me sinto só.

Você é assim:Um sonho pra mim;
Quero te encher de beijos.
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito.

...


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

I wish that I could turn back time (Neon Genesis Evangelion)

what's done is done it feels so bad 
what once was happy now is sad 
I'll never love again 
my world is ending 

I wish that I could turn back time 
cos now the guilt is all mine 
can't live without 
the trust from those you love 
I know we can't forget the past 
you can't forget love & pride 
because of that, it's killin' me inside 

It all returns to nothing, it all comes 
tumbling down, tumbling down, 
tumbling down 
It all returns to nothing, I just keep 
letting me down, letting me down, 
letting me down

In my heart of hearts 
I know that I called never love again 
I've lost everything 
everything 
everything that matters to me, matters 
in this world 

Apenas Mais Uma De Amor

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber


Eu nunca fui uma santa. Eu sou um ser humano e eu apronto às vezes.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Alvo

Visao a longo prazo


Será? kkkkkk

Only Happy When It Rains (Garbage)

I only smile in the dark
My only comfort is the night gone black
I didn't accidentally tell you that
I'm only happy when it rains
You'll get the message by the time I'm through
When I complain about me and you
I'm only happy when it rains


http://letras.ms/SVd

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Papai Noel, vê se você tem a felicidade pra você me dar.


EPITÁFIO
O amor é um crime
que nunca fica prescrito*.

*@carpinejar


Eu acredito em amor defeituoso, corcunda de Notre-Dame, cheio de calabouços e górgonas, além das esmeraldas; de estrada tortuosa, de vexames e chuva de granizo. Amor de verdade, pra mim, tem que ter geografia completa, cartografia generosa e acidentes de percurso. O modo como percorremos é que nos define.

Mulher perdoa, mas não esquece. Homem esquece antes mesmo de ser perdoado. Acho que querem nos influenciar.

Mulher tem dessas coisas. Luta como louca pra deixar a lembrança afogada no calendário; amordaça a raiva daquilo que ele disse pra seguir adiante; parafusa o caixão prendendo o zumbi. Mas o fundo é falso e se remexe. O que não mata, depois enche o saco.

Já o homem, sem nenhum esforço, sem uma gotinha de suor, apressa a amnésia. Não gosta, apaga. Simples assim.

...

Vantagem das fases críticas é que estaremos mais juntos depois. No amor, as contrariedades viram remuneração. Persistência é a moeda corrente da relação.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

You are my love (Yui Makino)

Kiss me sweet
I'm sleeping in silence
All alone in ice and snow
In my dream I'm calling your name
You are my love

In your eyes I search for my memory
Lost in vain so far in the scenery
Hold me tight, and swear again and again we'll never be apart

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Livre


“Acho que devemos fazer coisas proibidas - senão sufocamos. Mas sem sentimento de culpa e sim como aviso de que somos livres.”

Liberdade


"Não quero nunca renunciar à liberdade deliciosa de me enganar."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Do you want to (Franz Ferdinand)

When I woke up tonight
I said I'm gonna make somebody love me
I'm Gonna make somebody love me
And now I know, now I know, now I know
I know that it's you
You're Lucky, lucky, you're so lucky


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quero uma mulher perdigueira

Meus amigos reclamam quando suas namoradas o perseguem. Lamentam o barraco do ciúme, a insistência dos telefonemas para falarem praticamente nada, o cerceamento dos horários.

Sempre as mesmas tramas de tolhimento da liberdade, que todos concordam e soltam gargalhadas buscando um refúgio para respirar.

Eu me faço de surdo.

Fico com vontade de pedir emprestada a chave da prisão para passar o domingo. Acho o controle comovente. Invejável.

Não sou favorável à indiferença, à independência, ao casamento sartreano. Fui criado para fazer um puxadinho, agregar família, reunir dissidentes, explodir em verdades. Duas casas diferentes já é viagem, não me serve.

Aspiro ao casamento pirandelliano, um à procura permanente do outro. Sou um totalitário na paixão. Um tirano. Um ditador. Não me dê poder que escravizo. Não me dê espaço que cultivo. Não me eleja democraticamente que mudo a constituição e emendo os mandatos.

Quero uma mulher perdigueira, possessiva, que me ligue a cada quinze minutos para contar de uma ideia ou de uma nova invenção para salvar as finanças, quero uma mulher que ame meus amigos e odeie qualquer amiga que se aproxime. Que arda de ciúme imaginário para prevenir o que nem aconteceu. Que seja escandalosa na briga e me amaldiçoe se abandoná-la. Que faça trabalhos em terreiro para me assustar e me banhe de noite com o sal grosso de sua nudez. Que feche meu corpo quando sair de casa, que descosture meu corpo quando voltar. Que brigue pelo meu excesso de compromissos, que me fale barbaridades sob pressão e ternuras delicadíssimas ao despertar. Que peça desculpa depois do desespero e me beije chorando.

A mulher que ninguém quer, eu quero. Contraditória, incoerente, descabida. Que me envergonhe para respeitá-la. Que me reconheça para nos fortalecer.

A mulher que não sabe amar recuando e não tolera que eu ame atrasado. Que parcele em dez vezes seu dia, que não pague a conversa à vista na hora do jantar, que não junte suas notícias para contar de noite como um relatório. Admiro os bocados, as porções, as ninharias. Alegria pequena e preciosa de respirar rente ao seu nariz e definir com que roupa vou ao serviço.

O amor é uma comissão de inquérito, é abrir as contas, é grampear o telefone, é cheirar as camisas. É também o perdão, não conseguir dormir sem fazer as pazes.

O amor é cobrança, dor-de-cotovelo, não aceitar uma vida pela metade, não confundi-la com segurança. Exigir mais vontade quando ela se ofereceu inteira. Enlouquecê-la para pentear seus cabelos antes do vento. Enervá-la para que diga que não a entende. E entender menos e precisar mais.

Quem aspira ao conforto que se conserve solteiro. Eu me entrego para dependência. Não há nada mais agradável do que misturar os defeitos com as virtudes e perder as contas na partilha.

Não há nada mais valioso do que trabalhar integralmente para uma história. Não raciocinar outra coisa senão cortejá-la: avisá-la para espiar a lua cheia, recordar do varal quando começa a chover, decorar uma música para surpreendê-la, sublinhar uma frase para guardá-la.

Sou doido, mas doido varrido. Bem limpo. Aprendi a usar furadeira e agora entro fácil em parafuso. Quero uma mulher imatura, que possa adoecer e se recuperar do meu lado. Uma mulher que me provoque quando não estou a fim. Que dance em minhas costas para me reconciliar com o passado. Que me acalme quando estou no fim do filtro. Que me emagreça de ofensas.

Não me interessa um tempo comigo quando posso dividir a eternidade com alguém.

Quero uma mulher que esqueça o nome de seu pai e de sua mãe para nascer em meus olhos. Em todo momento. A toda hora. Incansavelmente. E que eu esteja apaixonado para nunca desmerecê-la, que esteja apaixonado para não diminuí-la aos amigos.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Preguiçoso no elogio

Fui comprar água numa tenda em Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Praia quase deserta se não fossem os cachorros confundindo conchas com ossos. Todo camelo veio de um cão desesperado.

Três amigos tomavam cerveja e gravavam depoimento num celular. Um deles, de boné vermelho, já tinha errado duas gravações.

Deveria ser um recado para uma ex-namorada prestes a se casar.

Resmungava: "Como vou desejar que ela seja feliz? Como?"

Com facilidade de prosa, os dois escudeiros apresentavam opções de discurso. Gesticulavam, entusiasmavam que seria rápido, empurravam seus ombros como jangadas. Que ele falasse o que sentia.

- O que sinto? Não sei o que sinto, estou pensando agora no que sinto e não estou gostando nem um pouco.

"Estela eu queria que você encontrasse no amor o que não encontrei..."

E parou de novo, engasgou, botou a mão na frente da câmera.

- Não dá para usar o primeiro?
- Não, você nem completou uma frase.
- Ai Meu Deus.
- Qual é o problema?
- Quando é palavra filmada eu penso na vírgula, onde colocar a vírgula. Não consigo colocar a vírgula.

Ele se mortificava pela demora, pelo excesso que é o mesmo que uma ausência.

- Ai me achega uma preguiça do que não vivi.

Naquela hora, as pontas do oceano não se soltaram mais. Alcancei o que queria e o que não queria confessar. Somos preguiçosos no elogio e criativo para as críticas.

Para destruir, montamos e desmontamos o dicionário com afinco, puxamos as piores fragilidades para sangrar. Criamos até neologismos. No momento da briga, ninguém segura o verbo. Não há raivoso burro. Não há raivoso com língua presa. Não há raivoso gago. Um Padre Antonio Vieira acorda na acusação apontando os dedos ao destino.

No momento da paz, o verbo é travado. Parece que não precisamos fazer mais nada, a não ser recorrer às exclamações. Observamos nossa namorada e nos tranquilizamos com "bonita", "linda", "maravilhosa", "incrível", "fabulosa". Ela vai se tornando igual às outras. Não criamos gentilezas novas, não nos esforçamos para a homenagem. Não duvidamos do que sopramos para fora.

Se ela derruba os livros no chão, apontaremos que ela é atrapalhada. Por que não dizer que ela transborda?

Se ela esquece onde colocou a chave, lembraremos que nunca presta atenção. Por que não dizer que você é um portão da infância; é simples empurrar?

Se ela acorda ranzinza, não condene. Por que não dizer que a ironia é a noite do humor?

Por quê?

Para quando ela estiver casando com outro, não lembrar mais da vírgula. A vírgula errada, que separou o sujeito do predicado.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

50 Receitas

Eu já ouvi 50 receitas
Prá te esquecer
Que só me lembram
Que nada vai resolver

Porque tudo
Tudo me traz você
E eu já não tenho
Prá onde correr...
O que me dá raiva

Não é que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos
Nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil
De falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi
Aprisionado em sua têia...

O que me dá raiva
São as flôres
E os dias de sol
São os seus beijos
E o que eu tinha
Sonhado prá nós...

São seus olhos e mãos
E seu abraço protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?...

Eu já ouvi 50 receitas
Prá te esquecer
Que só me lembram
Que nada vai resolver
Porque tudo
Tudo me traz você
E eu já não tenho
Prá onde correr...

http://letras.ms/l71

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Acredite ou não - Lenine

"(...)
Estranho! Bizarro!
Tudo isso aconteceu,
Acredite, ou não... Inesperado!
Normal só tem você e eu
(...)"

 
http://letras.ms/1e6p

A sua

Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você caiba
No meu colo
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
E que eu te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Frase


“Eu estou bonita, mas não sou bela.
Tenho pecados, mas não sou o diabo.
Sou boa, mas não um anjo.”

Nada sei

Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber...
Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar...
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto tempo me deixar
ErrandoEnquanto o tempo me deixar...
Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar...
Nesse mar, os segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só prá me afogar...
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo me deixar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Almas perfumadas


Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Zazu: ah olhem só esses dois pequenas sementes de romance nascendo na savana seus pais vão vibrar em ver os dois entrelaçados assim
Simba: entre o que?
Zazu: laçados namorados ou noivos
Nala: que quer dizer ?
Zazu: que os 2 estaram casados
Nala e Simba: bléee
Simba: não posso casar com ela ,ela é minha amiga
Nala: é seria tão esquisito
Zazu: lamento estourar a sua bola mas os dois pombinhos não tem escolha é uma tradição de varias gerações

...

Waka Waka (Shakira)

You're a good soldier
Choosing your battles
Pick yourself up
And dust yourself off
Get back in the saddle
You're on the front line
Everyone's watching
You know it's serious
We are getting closer
This isn't over
 
The pressure is on
You feel it
But you got it all
Believe it
(...)


http://letras.ms/71L5

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Despedir dá febre."

Grande Sertão Veredas

Reconciliação

Minha boca já perdeu o fôlego de contar quantas vezes te mandou embora. Setecentas vezes e mais essa. Minha capacidade de me enxergar em dois lugares ao mesmo tempo me rendeu uma espécie de estrabismo sentimental. Meu coração, minha cabeça, meus braços andam cansados de querer coisas. Não é desejar coisas que me comove, mas não saber do que será. Querer, um dia a gente consegue. Não saber é entregar a emoção à primeira tormenta. Não saber um futuro, não saber um nome, não saber uma esquina, não saber um perfume, não saber um fim.

E se eu girar a maçaneta pelo lado de dentro? Vamos fazer as pazes e esse é o problema. Não quero paz, não quero sossego, quero tumulto, quero estrago. Mas e aí? - Você pergunta. Eu não sei o que pode ser feito e cruzo uma mão na outra. Você bufa. Pousa a mão sobre as minhas. E chega mais. Eu digo apenas que chega. Você acha que pode me penetrar como antes, pela boca, então me beija. Meus lábios seguem irredutíveis, não se moldam, não me abro. Fico plantada feito uma pétala no inverno.

Desce a alça pelo meu ombro esquerdo esperando que eu faça o mesmo com o direito, descendo a blusa pela cintura, solenemente, naquele velho movimento que você sempre gostou. Não me mexo. Não me deixo. Não me dou. Você insiste tentando invadir com a língua meus dentes cerrados. Sua mão toca meus seios pequenos. Nada me comove, mas eu também já não me defendo. Não deu pra entender? Não quero mais responsabilidades. Por isso minha alma fica inerte, assistindo tudo que o corpo vai dizer.

Eu não choro, mas fico úmida. Minha vontade aumenta com proporção inversa a meu contragosto. Se nossa reconciliação fosse lugar comum, se eu tivesse dito em voz alta querer tentar outra vez, se eu consentisse sua mão e dissesse que ainda há amor em mim, jamais teria sentido essa excitação parecida com a primeira vez. Quero de volta todas as primeiras vezes de tudo, por isso proponho esse jogo entre alma e corpo. A alma entende a fraqueza do corpo. O corpo entra em seu estado de banalidade, obedecendo meu afã de ser interrompida. Eu uso você para trair a mim mesma.

Você procura minha íris enquanto desliza a calcinha como fosse o último espetáculo da terra, como um olhar vencedor contrastando com seu hálito habitual de perda. Sinto falta de um olhar vencedor. Então me vira forte de bruços, ignora minhas estrias e passa a língua entre as coxas, falando bobagem. Tá escuro. Sou eu correndo num deserto, sem bússola ou direção qualquer. Eu não sei como será. O desconhecido, de novo. O som que me estimula vem da arquibancada - tsc, tsc, tsc. A alma vê o corpo nu e enfeitiçado e não quer acreditar, regurgita algumas gotas de acidez, mascando uma raiva perturbadora, sentada numa plateia de reprimendas. O corpo é finalmente meu.

Ainda no total escuro, ainda sinto o perfume que você nunca ousa mudar, os trejeitos de sempre, as juras antigas, as palavras antiquadas, as implicâncias batidas, as cartas marcadas. Eu sei que é você e eu sei quem você é. Precisa reagir, rapaz. Longe da minha imaginação você ainda é bem mais ou menos. Isso tudo me entristece tanto porque eu mudo de acordo com as estações de rádio. Eu choro de um jeito novo, lacrimejo em forma de saliva e cuspo na sua cara, nos seus movimentos nojentos pedindo pra ficar.

Você pressiona forte meus pulsos, tumultua meu corpo, estraga meus planos de ida e diz que meu cansaço precisa de cama. É mentira, eu cuspo outra vez. Então você reage e bate na minha cara, mostrando com ódio que ainda pode muito bem ser o homem da minha vida, pelo menos até o fim do verão.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Liberdade é pouco, o que desejo ainda não tem nome"

Aceitação

É mais fácil pousar o ouvido nas nuvens
e sentir passar as estrelas
do que prendê-lo à terra e alcançar o rumor dos teus passos.

É mais fácil, também, debruçar os olhos nos oceanos
e assistir, lá no fundo, ao nascimento mudo das formas,
que desejar que apareças, criando com teu simples gesto
o sinal de uma eterna esperança

Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar, nem tu.

Desenrolei de dentro do tempo a minha canção:
não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar.

(Livro Viagem e Vaga Música)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

"O coração na mão"


O poeta costumava passear — acompanhado de uma garota — em uma praça onde havia uma mendiga com a mão estendida. A mulher estava sempre sentada no mesmo lugar, sem olhar os transeuntes nem implorar-lhes esmolas, e tampouco demonstrava ficar agradecida quando recebia algum donativo. Embora sua amiga amiúde lhe desse uma moeda, Rilke nunca dava esmola à mulher. Certa vez, a jovem perguntou ao poeta o motivo pelo qual não lhe dava nada, ao que este respondeu:

— É o coração dela que precisa de um presente, não sua mão.

Alguns dias depois, Rilke depositou uma rosa na mão rachada da mendiga. Então aconteceu uma coisa inesperada: a mulher levantou o olhar e, depois de beijar efusivamente a mão do poeta, saiu do lugar brandindo a rosa. O lugar da mendiga permaneceu vazio durante toda uma semana e uma vez transcorrida voltou a ocupar seu espaço.

— Mas de que ela viveu todos estes dias, se não esteve pedindo na praça? — perguntou a garota.

E Rilke respondeu:

— Da rosa.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Epitáfio (Titãs)

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...




Só Os Loucos Sabem

Agora eu sei exatamente o que fazer
vou recomeçar, poder contar com você
Pois eu me lembro de tudo irmão, eu estava lá também
Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém
Eu segurei minhas lágrimas, pois não queria demonstrar a emoção
Já que estava ali só pra observar e aprender um pouco mais sobre a percepção
Eles dizem que é impossível encontrar o amor sem perder a razão
Mas pra quem tem pensamento forte o impossível é só questão de opinião

E disso os loucos sabem
Só os loucos sabem
Disso os loucos sabem
Só os loucos sabem

Toda positividade eu desejo a você pois precisamos disso nos dias de luta
O medo segue os nossos sonhos
O medo segue os nossos sonhos
Menina linda, eu quero morar na sua rua

Você deixou saudade
Você deixou saudade
Quero te ver outra vez
Quero te ver outra vez
Você deixou saudade

Agora eu sei exatamente o que fazer
vou recomeçar, poder contar com você
Pois eu me lembro de tudo irmão, eu estava lá também
Um homem quando esta em paz não quer guerra com ninguém

Chorão / Thiago Castanho

Cativar ou não cativar?


Mas a raposa voltou à sua idéia.

— Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
— O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
— Por favor... cativa-me disse ela.
— Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho
amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
— A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo, cativa-me!
— Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
— É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
— Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por
exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada:
descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a
hora de preparar o coração... É preciso ritos.
— Que é um rito? perguntou o principezinho.
— É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um
dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
— Ah! Eu vou chorar.
— A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
— Quis, disse a raposa.
— Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
— Vou, disse a raposa.
— Então, não sais lucrando nada!
— Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
— Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

(...)

E voltou, então, à raposa:
— Adeus, disse ele...
— Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
— O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

(...)

— Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...