Vinte para a meia-noite e estou sozinho. Minha coca-cola está sem gás e minha bola caiu no pátio do vizinho. Fiz alguns telefonemas que só fizeram me lembrar por que decidi não mais conversar com as pessoas. Como parei de fumar e não posso comer porque voltei aos meus exercícios regulares, o prato do dia será mesmo falar com alguém. Não preciso saber o sobrenome, serve qualquer um. A rotina tem me atacado a todo minuto e já está no corredor. Estou sentindo minha vida pequena como fosse um filme independente, dirigido pelo pavor de fracassar. Aí pego um casaco limpo e o primeiro tênis, desço lá embaixo.
Já são dois quarteirões, cruzei com trezentos seres aparentemente humanos, mas só consigo ver marcas. Marcas, marcas, marcas. Marcas não-registradas. Esse seu novo corte de cabelo, essa sua roupa nova, esse carro novo, essa bebida na sua mão, essas suas festas, esses seus cantores favoritos, essas suas fotografias, essa sua forma de caminhar, essa sua gíria repetida, esse seu jeito de assinar o nome, essas suas viagens, essas suas fugas.
Qual a marca do seu perfume? Porque você não faz as pazes com sua irmã? Qual a marca da sua cueca? Quanto tempo você não sai pra caminhar com seu pai? Qual a marca do seu telefone? Você já abraçou sua mãe hoje? Para qual marca você trabalha? Quando você vai parar de tratar os outros feito lixo? Qual a marca do seu esmalte no seu dedo? E quando você vai estender essa mão a alguém? Que droga você usa? Quantas cartas você deixa de mandar? Uma nova tatuagem? Um novo amor, por que não?
Você aí. Sim, você mesmo. Enxerguei você de primeira enquanto lutava por atenção. Pra quê dizer tanta bobagem, simplifica: me olha. Pronto, olhei. Onde você vai passar seu réveillon? Com quem? Comigo. Vem, vamos dar uma volta. Não importa aonde, você vai ver. Me dá sua mão. Quanto de dinheiro você tem no seu banco predileto? Jogue tudo fora, você não vai precisar de nada. Juntos estamos nós, você e eu. Agora. Não se preocupe, está aberto para todos. A gente pode entrar. É o único lugar do planeta onde realmente somos bem-vindos.
Você está vendo? Não, não é um cemitério cheio de gente morta. Olhe de novo, só que direito dessa vez. É a casa que você está construindo com seus dinheiros guardados. Nas lápides não há marcas, além do seu nome e tudo que você fez quando achava que tinha todo o tempo do mundo. Quem é o babaca agora? Feliz 2012.
É o ano perfeito pra suportar as consequências das besteiras que fizemos ano passado. Tudo está conectado, nada é novo em folha. Não, essas pessoas todas não estão mortas. Não estamos morrendo, estamos num longo caminho de volta pra casa. Me faz companhia? Achar você pra começar o ano comigo foi fácil. Só quero saber se você vai me ajudar a suportá-lo até o fim.
Já são dois quarteirões, cruzei com trezentos seres aparentemente humanos, mas só consigo ver marcas. Marcas, marcas, marcas. Marcas não-registradas. Esse seu novo corte de cabelo, essa sua roupa nova, esse carro novo, essa bebida na sua mão, essas suas festas, esses seus cantores favoritos, essas suas fotografias, essa sua forma de caminhar, essa sua gíria repetida, esse seu jeito de assinar o nome, essas suas viagens, essas suas fugas.
Qual a marca do seu perfume? Porque você não faz as pazes com sua irmã? Qual a marca da sua cueca? Quanto tempo você não sai pra caminhar com seu pai? Qual a marca do seu telefone? Você já abraçou sua mãe hoje? Para qual marca você trabalha? Quando você vai parar de tratar os outros feito lixo? Qual a marca do seu esmalte no seu dedo? E quando você vai estender essa mão a alguém? Que droga você usa? Quantas cartas você deixa de mandar? Uma nova tatuagem? Um novo amor, por que não?
Você aí. Sim, você mesmo. Enxerguei você de primeira enquanto lutava por atenção. Pra quê dizer tanta bobagem, simplifica: me olha. Pronto, olhei. Onde você vai passar seu réveillon? Com quem? Comigo. Vem, vamos dar uma volta. Não importa aonde, você vai ver. Me dá sua mão. Quanto de dinheiro você tem no seu banco predileto? Jogue tudo fora, você não vai precisar de nada. Juntos estamos nós, você e eu. Agora. Não se preocupe, está aberto para todos. A gente pode entrar. É o único lugar do planeta onde realmente somos bem-vindos.
Você está vendo? Não, não é um cemitério cheio de gente morta. Olhe de novo, só que direito dessa vez. É a casa que você está construindo com seus dinheiros guardados. Nas lápides não há marcas, além do seu nome e tudo que você fez quando achava que tinha todo o tempo do mundo. Quem é o babaca agora? Feliz 2012.
É o ano perfeito pra suportar as consequências das besteiras que fizemos ano passado. Tudo está conectado, nada é novo em folha. Não, essas pessoas todas não estão mortas. Não estamos morrendo, estamos num longo caminho de volta pra casa. Me faz companhia? Achar você pra começar o ano comigo foi fácil. Só quero saber se você vai me ajudar a suportá-lo até o fim.
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